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José Mindlin, uma vida para se ler e reler

Por em Mar.01, 2010, Categoria Cultura

“Um país se faz com homens e livros”. O pensamento de Monteiro Lobato cai como uma luva ao personagem de uma das mais belas páginas da nossa história recente, José Mindlin. Bibliófilo reconhecido aqui e lá fora, dono de uma das mais expressivas bibliotecas particulares que se tem notícia, a Brasiliana, 40.000 volumes doados no ano passado para a USP, Mindlin foi um exemplo ímpar de dedicação à cultura. Exemplo a ser seguido.

Num país em que se lê cada vez menos; em que o incentivo à leitura depende muito mais de iniciativas pontuais de organismos da sociedade civil do que do poder público, que deveria encampá-lo com vontade; num país em que o nível de intelecção de textos, principalmente dos jovens, vem caindo assustadoramente, Mindlin destacou-se, serenamente, por mostrar a necessidade de cultivar um hábito fundamental. A leitura, e só ela, é capaz de construir o pensamento. De despertar a criatividade, a curiosidade. De nos inserir no debate social. De nos emocionar, libertar, progredir.

Dono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, Mindlin foi um caso raro de leitor que ocupou o trono máximo dedicado aos escritores. Uma justa homengem àquele que poderia, pela sua trajetória, merecer um pensamento que parafraseasse o de Lobato, cunhando-o da seguinte forma: “Um país se faz com homens como José Mindlin. Aqueles que amam os livros”.

Foto de Eder Medeiros, Folha Imagemmindlin


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