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Agenor e Ezequiel
Por Presença Propaganda em Jul.07, 2010, Categoria Cultura
-Você aqui?! Não acredito! (smack!)
– E você meu filho, que não te vejo há tanto tempo. Pensei que você tinha mor-ri-do. (risos)
– Você continua uma tia debochada.
– E você? É só olhar e ver que você continua exagerado.
– O legal é que a gente nasceu um pro outro.
– Só na filosofia. (risos)
– Saudades da mamãe. Ela tá fazendo um trabalho lindo.
– Aquela coisa né? De mulher batalhadora. Ela te ama demais.
– E eu continuo amando tudo e todos. Entendi o papai, tô tentando me entender …
– Bom, a conversa tá ótima, mas falta um scotch pra acompanhar.
– Ih merrrrmão. Aqui o papo é careta. Caretíssimo. Sem scotch, sem bagulho, sem o Baixo pra gente se divertir …
– Meu Deus! Vô pegar o elevador pro subsolo. Dizem que lá tem tudo isso. E do bom!
– De jeito nenhum! A gente tem um monte de coisas pra fazer. Vamos agitar esse negócio aqui.
– Boa. Pensando bem acabei de chegar. Primeiro vou reconhecer o terreno.
– Depois você se acostuma e vai ficando, ficando …
– Cazuza, você acha que a gente se acostuma mesmo?
– Não sei Zeca. Faz vinte anos que eu tô em busca dessa resposta.
Hoje, sete de julho de 2010, faz vinte anos que Agenor de Miranda Araújo Neto, nosso gênio Cazuza, nos deixou. Por si só essa data deveria ser reverenciada. Fato é que hoje, justamente hoje, foi ao seu encontro Ezequiel Neves, o Zeca Jagger, Zeca Rotten ou simplesmente Zeca. Compositor, jornalista, agitador cultural, Zeca impulsionou a carreira de Cazuza e do Barão Vermelho. Foi parceiro em várias composições e amigo de Cazuza até o seu último momento entre nós. Quis a poesia do destino que exatos 20 anos depois eles se reencontrassem. Afinal, para o amor e a amizade não há tempo nem distância capazes de separar aqueles que nasceram para viver eternamente juntos.
Fernando Brengel